Reinterpretação do Espaço Expositivo

Em 1942, o surrealista André Breton pediu a Marchel Duchamp uma instalação para a Exposição "First Papers of Surrealism" a realizar em N.Y.. 

Como resposta, Duchamp construiu uma teia com cordas envolvendo todos os painéis que suportavam as obras em exposição. Esta apresentação colocava confrontos visuais, impedia a livre visão das obras por parte do público.

Questionava-se desta forma as limitações do nosso olhar: como vemos e o que vemos.

Aqui, neste espaço, recuperámos esse conceito.

A juntar a esta forma expositiva e tirando partido do local de que faz parte esta sala, a Capela de Nossa Senhora da Silva, recupera-se outra ideia a "invenção" de Botghini ao criar em Florença o "studiola".

Foram escolhidas um conjunto de obras para cobrir intencionalmente as paredes do local de exposição. Embora completa em si mesma, cada obra, ou seja, cada fragmento, forma parte de uma totalidade da obra. Assim, a obra não acaba em si, mas ao contrário, estende-se ao espaço, completando-se e adquirindo sentidos. O espetador é convertido em observador, que observa, compara e associa, voltando a elaborar a obra definitivamente.

Damião Matos

matodamiao.blogspot.com

Galeria Acontece

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Confraria de Nossa Senhora da Silva